domingo, 12 de outubro de 2008

Riscos da Crise no Varejo

Pego no contrapé pela crise financeira, o mercado varejista de bens duráveis protagoniza uma estranha expansão em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, sem ter ainda a exata noção do que pode representar esse movimento. Grandes redes de eletrodomésticos, como Ponto Frio, Ricardo Eletro e Magazine Luiza - que aproveitaram o segundo semestre, o período mais aquecido das compras, para pôr em prática a ampliação das atividades - nem sequer tiveram tempo de reavaliar investimentos e apostam num fim rápido para a crise. Por enquanto, decidiram apostar e manter também a programação prevista para 2009.No centro do bombardeio de informações, que aponta um cenário nebuloso para a economia, o consumidor também parece ainda perdido e indeciso. "Tenho olhado muito por aí, mas posso esperar para ver o que vai acontecer até o final do ano", comentava, na sexta-feira, a aposentada Guilhermina Couto, diante de uma fila de fogões em oferta numa loja do centro do Rio. Ela pretende fazer a compra à vista, para fugir dos juros, que já aumentaram.
Os preços dos eletrônicos estão entre 5% e 10% mais caros no mercado, informa o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula. "Os juros subiram e, se o varejo está repassando ou não, é uma questão de tempo. Com relação a preços, a indústria vai repassar entre 5% e 10%, obrigatoriamente. O dólar inverteu (a cotação em relação ao real) em questão de dias. O reajuste é prudente, até para que freie um pouco mais (o consumo)", considera.Antes da virada no cenário, marcada pela quebra do Banco Lehman Brother, grandes redes de varejos esbanjavam investimento. Em apenas um dia, a Magazine Luiza inaugurou 44 lojas em São Paulo. A Ricardo Eletro abriu oito no Rio e as Lojas Renner comprou a Leader, com 39 lojas, elevando a sua rede para 133. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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