terça-feira, 3 de março de 2009

Teste rápido anti-HIV

Dados da Secretaria de Saúde da Bahia diz que no Carnaval pessoas não estão preparadas para lidar com soropositividadeOs resultados de diagnóstico soropositivo coletados em oferta de teste rápido anti-HIV, durante o Carnaval de Salvador, servirão de base para estudo de dados e elaboração de novas ações na capital. Os 14 casos de infecção pelo vírus, entre 609 pessoas testadas, chamou atenção pelo índice de 2,3%, que será discutido em reunião do Programa Municipal DST-Aids, ainda esta semana.

O percentual é considerado alto pelo Programa Nacional de DST-Aids, que coordena o “Fique sabendo”, estratégia de mobilização para facilitar o acesso à testagem rápida em eventos culturais. Já realizado em outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Pernambuco, o projeto tem média nacional de 0,7% de soropositivos, bem abaixo do verificado em Salvador.

“Não posso afirmar com segurança o que representa este número alto na Bahia, mas isso mostra que o acesso facilitado dá mais visibilidade ao teste”, observa o diretor adjunto do programa vinculado ao Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa. O exame é feito com uma punção no dedo. As amostras vão para análise em dois kits de reação. O resultado sai em cerca de 15 minutos.

Segundo Maria do Socorro Farias, coordenadora do Programa Municipal DST-Aids, o resultado de 14 soropositivos (10 homens e 4 mulheres) foi uma surpresa, apesar de algumas dessas pessoas terem relatado que já sabiam da condição e mesmo assim quiseram repetir o exame. “O número não condiz com nossos índices. A gente quer fazer outras ações desse nível para ter um parâmetro melhor”, diz.

Acompanhamento – O presidente do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa), Harley Henriques, questiona a realização de exames durante o Carnaval. “O acesso facilitado é uma estratégia importante na prevenção ao HIV, mas o momento não é apropriado. Durante a folia, muita gente faz uso de álcool, drogas, e pode não estar preparada para lidar com a soropositividade”, alega o ativista.

Maria do Socorro, no entanto, garante que o teste é realizado mediante todo apoio necessário. “Não se faz teste de HIV sem aconselhamento”, afirma. Eduardo Barbosa esclarece que a metodologia usada é a mesma nacionalmente. “Antes de se submeter ao teste, a pessoa passa por um pré-aconselhamento, no qual recebe orientação sobre a doença e medidas preventivas. Geralmente, passamos um vídeo rápido. Em Salvador, tivemos a boa participação de pessoas que já convivem com o HIV, o que contribui para evitar o estigma”.

No final, há o aconselhamento pós-teste, individual e sigiloso, quando é dado o resultado por um dos conselheiros capacitados, que trabalham com isso ao longo do ano. Em caso positivo, a pessoa sai de lá com uma consulta agendada com um infectologista, segundo Socorro.

Serviço:

Creaids
Rua Comendador José Alves Ferreira, nº 240, Garcia | (71) 3328-5737

Semae
3º Centro de Saúde Rua Lima e Silva, Liberdade | (71) 3611-4180

Gapa
Rua Comendador Gomes Costa, 39, Barris | (71) 3328-9200
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