segunda-feira, 22 de abril de 2013

Programa "Mãe Canguru" tem salvado vidas em Sergipe

Aumentar o vínculo afetivo entre mães e bebês através do processo de humanização e proporcionar mais qualidade de vida aos recém-nascidos abaixo do peso. Esses são os objetivos do “Método Canguru”, um tipo de assistência neonatal que implica em contato pele a pele entre a mãe e o bebê prematuro. O procedimento é realizado na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), desde o ano de 2006. A MNSL é a única unidade de saúde do estado a trabalhar com o “Método Canguru”, sendo desenvolvido em três momentos. No primeiro, a criança é enviada para Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), quando nasce prematuramente, sendo que a mãe permanece internada na maternidade para acompanhar o filho durante o processo. Na segunda etapa, a criança é enviada para a companhia da mãe, quando aprende a sugar e mamar. O terceiro momento acontece após a criança ganhar peso satisfatório e ter alta médica. Ela é acompanhada pela MNSL até os dois anos de idade. O médico neonatologista e coordenador do Método Canguru na MNSL, Alex Santana, pontua que, para participar do projeto, o recém-nascido tem que pesar aproximadamente 1.250kg, ter um quadro de saúde clinicamente estável (não estar tomando soro, nem respirar com ajuda de aparelhos). Além disso, a mãe precisa estar disposta a passar por um pequeno curso de capacitação, para conhecer o projeto em todas as suas fases, para que possa ser realizado um trabalho integrado”, explica. De acordo com o neonatologista Paulo Menezes, no ano de 2012, mais de mil pacientes (entre mães e bebês) internados na MNSL foram assistidos pelo programa. Cada recém-nascido teve uma média de ganho de peso de 19 gramas, por dia. E com o trabalho houve também uma diminuição no tempo de permanência de internação. O estímulo ao aleitamento materno e o menor tempo de separação mãe-filho, evitando longos períodos sem estimulação sensorial, são os principais pontos do Método Canguru. Com essa metodologia, reduzimos permanência hospitalar de mães e bebês em até 12 dias”, fala. Mãe do pequeno Gustavo, que nasceu na MNSL, a professora Sueli Melo conta como o Método Canguru tem influenciado o desenvolvimento do bebê de forma positiva, fortalecendo também o estreitamento de laços. “Tenho acompanhado todo o processo, desde quando o Gustavo nasceu. A cada dia, vejo ele ficar mais forte e saudável. Com certeza, a melhor parte é saber que eu estou colaborando com os médicos e garantindo o bem-estar do meu filho”, afirma. História - A posição canguru foi idealizada na Colômbia, em 1979, para diminuir a mortalidade neonatal elevada naquele país. A ideia é que, com a colocação do recém-nascido no peito da mãe, é possível promover maior estabilidade térmica, substituindo as incubadoras, permitindo alta precoce, ganho de peso, crescimento e menor taxa de possíveis infecções hospitalares. No Brasil, o método foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como política fundamental de atenção ao recém-nascido prematuro, em 1999. Já no Estado de Sergipe a prática foi instituída em 2002, ainda na Maternidade Hildete Falcão Baptista.

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