quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Secretário José Sobral fala sobre os desafios


Secretário José Sobral fala sobre os desafios da Saúde na TV Atalaia


O problema do financiamento da saúde que precisa ser discutido entre Estado, União e Municípios para garantir a assistência aos pacientes sergipanos, e que hoje é um dos gargalos do setor, foi um dos assuntos discutidos pelo secretário de Estado da Saúde, José Sobral, em entrevista à TV Atalaia na tarde desta quarta-feira, 21. Segundo ele, a saúde pública não pode esperar.

"Temos hoje uma receita de 70% para a saúde. Porém, temos o gasto a mais, entre 78% e 79%, por causa das demandas judiciais e pela necessidade de manutenção diária de toda a rede. Há uma sobrecarga na questão financeira. Todo o país sabe que é preciso rediscutir o financiamento público. Precisamos encontrar uma forma de financiar. Se esse financiamento virá ou por um novo imposto, através do redirecionamento de recursos de outras áreas, ou remanejamento das áreas de custeio, precisamos estudar e discutir com todas as esferas políticas de controle", destacou o secretário.

Para  José Sobral, outro gargalo da saúde é gestão. "Se um médico de uma equipe apresenta atestado por alguma dificuldade ou um problema de saúde e não comparece, se viabiliza uma outra equipe para o plantão. O gestor precisa saber qual é o médico e onde ele estará, qual é equipe de apoio que estará em um determinado local. Como administrar, por exemplo, o almoxarifado do Huse. Recentemente, com o Hospital Cirurgia fechado, há sobrecarga no Huse que, muitas vezes, é a primeira ou a última porta do paciente. O Huse está acudindo esses pacientes e não fecha suas portas", afirma.

O secretário de Estado da Saúde destacou, também, a visita realizada por ele e a equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde e da Fundação Hospitalar de Saúde nas unidades.

"Daremos continuidade nas visitas em todas as unidades de urgência e emergência do Estado. Vimos que a única unidade do sistema de urgência e emergência do Estado de Sergipe que tem superlotação na parte pediátrica é em Propriá. Isso significa que no Baixo São Francisco, a Rede de Atenção Básica não está com a pediatria em funcionamento mesmo com todos os programas implementados pelo Governo do Estado. Nem o Huse tem a área pediátrica superlotada", ressalta José Sobral.

Questionado sobre o interesse dos médicos em colaborar com o Governo do Estado, o secretário José Sobral disse que, ao visitar o Huse, notou comprometimento de toda a equipe de assistência. "Na minha visita, não posso falar dos médicos que faltaram. Mas nos que estavam presentes percebi envolvimento e determinação para trabalhar. Vi jovens médicos e enfermeiros empenhados em realizar os procedimentos. Isso é muito importante para somar com nosso trabalho. Se não tem um sistema eficiente de gestão hospitalar de escala e de materiais, fazendo o comparativo de custo médio da unidade, se a situação não está clara para o gestor, de nada adianta todos os esforços", complementa.

Fundação Hospitalar de Saúde

Ainda durante a entrevista, José Sobral foi questionado sobre a situação da Fundação Hospitalar de Saúde, cujo Ministério Público Federal pediu a extinção.

"A posição do Governo em relação à renovação dos contratos com a Fundação Hospitalar de Saúde é clara. Entendemos que devemos fazer a renovação. Tanto é que o processo está em trâmite e para avaliações e pareceres da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Se acabar a Fundação, o maior problema gerado será a desassistência nas unidades. O Huse e a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes nunca fecham suas portas e não podem fechar. Se tiver a extinção, as consequências serão sérias. A renovação deve acontecer. O MPF pediu liminarmente a extinção. Se houver uma sentença, vamos optar pela continuidade que é a política do Estado até para reestruturar o modo e a forma de atendimento", declarou.

"A Fundação Hospitalar de Saúde é pública de direito privado e é um órgão indireto e não é da administração direta.  Há entendimento  jurídico dessa questão. Há um somatório de esforços de todos os sindicatos para a renovação, menos do  Sindimed  que é a favor da extinção. O Governo pensa na necessidade de renovar para evitar o caos. Acredito no bom senso. O direito à Justiça é, acima de tudo, o bom senso através das discussões com os sindicatos com o próprio Governo, pelos órgãos de fiscalização. Se todos não se comprometerem com a qualidade do serviço, não terá sucesso", complementou.

O secretário José Macedo Sobral apontou ainda sobre as ações diferenciadas para agregar ao trabalho do Governo do Estado. "Algumas demandas são judiciais e temos que cumprir, tendo orçamento ou não. Existem outras demandas dos acontecimentos como epidemias. Temos acompanhado de perto o problema da Dengue, que é Atenção Básica e Município, sendo que o Estado fornece todo o material e até equipes. Em saúde pública, o Estado gasta mais do que se arrecada para evitar colapso. A vida humana é a mais importante", afirmou.

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