terça-feira, 5 de setembro de 2017

Central de Transplantes de Sergipe promove o Setembro Verde

A dona de casa Cecília Matos, de 31 anos, sabe bem da importância da doação de órgãos. Ela, que ficou anos na fila à espera de um rim, hoje, é transplantada e teve a oportunidade de recomeçar a vida. “As pessoas precisam se conscientizar mais sobre a importância da doação. É um ato de amor ao próximo e de solidariedade que pode salvar vidas”, disse. E é exatamente este o objetivo da campanha nacional Setembro Verde: sensibilizar a sociedade para causa e incentivar cada vez mais a doação de órgãos e tecidos.

Segundo o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Benito Oliveira Fernandez, durante todo este mês serão realizadas ações em estabelecimentos comerciais, instituições de ensino e locais e órgãos públicos para chamar a atenção da sociedade sobre a importância da doação.

“O verde é a cor da esperança. E quando um órgão ou tecido são doados, alguém será beneficiado e terá uma nova chance de vida. Por isso, mais uma vez, neste Setembro Verde, estaremos mobilizando a sociedade e chamando a atenção de todos para a importância da doação. Ainda há muitos tabus em relação a este assunto, já que não é fácil lidar com a morte de uma pessoa querida, mas a sociedade precisa refletir e se conscientizar ainda mais porque a doação é também um ato de solidariedade”, disse.

Recusa da família
Ainda de acordo com ele, Sergipe avançou na quantidade de identificação de possíveis doadores, porém, ainda há dificuldades em reverter o potencial doador em, de fato, um doador, devido à recusa das famílias para a doação. E justamente para evitar esta negação, Benito ressalta a importância de os cidadãos conversarem com seus parentes e informarem sobre a vontade de ser um doador de órgãos e tecidos para no momento que acontecer o óbito, a família possa autorizar a doação.

“O que trava as doações ainda é, infelizmente, a negativa das famílias. Identificamos sempre possíveis doadores, mas, em muitos casos, eles não se concretizam como doadores por causa da resistência das famílias para a doação. Por esse motivo, ressaltamos sempre a importância de os cidadãos informarem aos seus parentes a vontade de ser um doador. Perder uma pessoa querida é sempre muito difícil, mas precisamos também pensar no próximo. Uma doação pode salvar várias vidas”, afirma.

Doações e transplantes
Este ano, a SES, através da Central de Transplantes, realizou 106 transplantes de córnea e um de coração. Além disso, foram captados 13 órgãos, sendo oito rins, três fígados e dois corações, e disponibilizados para a Central Nacional, que faz a redistribuição dos órgãos, já que, no momento, Sergipe está realizando apenas transplantes de córnea e coração.

“Sergipe voltou este ano a realizar o transplante de coração e o Hospital Universitário (HU) está se adequando ao que exige a portaria do Ministério da Saúde (MS) para que a unidade possa ser habilitada para realizar transplante de rim, o que será um grande avanço para o estado. Hoje, temos 196 pessoas em lista aguardando o transplante de córnea, com tempo de espera de aproximadamente um ano e dois meses, e em Sergipe, há cerca de 600 pessoas candidatas a transplante de rim. São números altos e, por isso, precisamos da conscientização da sociedade sobre a importância do ato da doação”, conclui Benito.

Um comentário:

Kitéria Cordeiro disse...

Parabéns para o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe